Desde a epidemia, o comércio e o transporte têm enfrentado constantes turbulências. Há dois anos, o frete marítimo disparou e agora parece ter caído para o "preço normal" de dois anos atrás. Mas será que o mercado também conseguirá voltar ao normal?
Dados
A última edição dos quatro maiores índices de frete de contêineres do mundo continuou a cair acentuadamente:
O Índice de Frete de Contêineres de Xangai (SCFI) atingiu 2.562,12 pontos, uma queda de 285,5 pontos em relação à semana passada, uma queda semanal de 10,0%, e acumula queda há 13 semanas consecutivas. A queda foi de 43,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
- O Índice Mundial de Frete de Contêineres (WCI) da Delury caiu por 28 semanas consecutivas, com a última edição caindo 5% para US$ 5.378,68 por FEU.
- O Índice Composto Global do Baltic Freight Index (FBX) ficou em US$ 4.862/FEU, queda de 8% na semana.
- O Índice de Frete de Contêineres de Exportação de Ningbo (NCFI) da Bolsa de Navegação de Ningbo fechou em 1.910,9 pontos, queda de 11,6% em relação à semana passada.
A última edição do SCFI (9,9) continuou a registrar um declínio em todas as principais taxas de remessa.
- Rotas da América do Norte: o desempenho do mercado de transporte não melhorou, os fundamentos de oferta e demanda estão relativamente fracos, resultando na tendência contínua de queda das tarifas de frete no mercado.
- As taxas do oeste dos EUA caíram de US$ 3.959 para US$ 3.484/FEU na semana passada, uma queda semanal de US$ 475 ou 12,0%, com os preços do oeste dos EUA atingindo uma nova mínima desde agosto de 2020.
- As taxas do Leste dos EUA caíram para US$ 7.767/FEU, de US$ 8.318 na semana passada, uma queda de US$ 551, ou 6,6%, na base semanal.
Razões
Durante a epidemia, as cadeias de suprimentos foram interrompidas e certos suprimentos foram cortados em alguns países, resultando em uma "onda de acumulação" em muitos países, o que levou a custos de envio anormalmente altos no ano passado.
Este ano, as pressões inflacionárias da economia global e a queda na demanda tornaram impossível digerir os estoques anteriormente acumulados no mercado, fazendo com que importadores na Europa e nos Estados Unidos reduzissem ou até mesmo cancelassem pedidos de produtos, e a "escassez de pedidos" está se espalhando pelo mundo.
Ding Chun, professor do Instituto de Economia Mundial, Faculdade de Economia da Universidade Fudan: “A queda se deve principalmente às altas taxas de inflação na Europa e nos Estados Unidos, agravadas por conflitos geopolíticos, crises energéticas e epidemias, que causaram uma contração significativa na demanda por transporte marítimo.”
Kang Shuchun, CEO da China International Shipping Network: “O desequilíbrio entre oferta e demanda levou à queda nas tarifas de frete.”
Impacto
Para empresas de transporte:enfrentando pressão para “renegociar” as taxas de contrato e disseram que receberam solicitações de proprietários de cargas para reduzir as taxas de contrato.
Para empresas nacionais:Xu Kai, diretor de informação do Centro de Pesquisa de Navegação Internacional de Xangai, afirmou ao Global Times que acredita que as taxas de embarque anormalmente altas do ano passado foram anormais, enquanto a queda extremamente rápida deste ano foi ainda mais anormal, e deve ser resultado da reação exagerada das companhias de navegação às mudanças do mercado. Para manter as taxas de embarque de carga regular, as companhias de navegação estão tentando usar as taxas de frete como alavanca para impulsionar a demanda. A essência da queda na demanda do mercado de transporte é a redução da demanda comercial, e a estratégia de usar cortes de preços não gerará nenhuma nova demanda, mas levará à concorrência acirrada e à desordem no mercado marítimo.
Para envio:O grande número de novos navios lançados por gigantes do transporte marítimo agravou a lacuna entre oferta e demanda. Kang Shuchun disse que as taxas de frete anormalmente altas do ano passado fizeram com que muitas companhias de transporte ganhassem muito dinheiro, e algumas grandes companhias de transporte marítimo investiram seus lucros na construção de novos navios, enquanto antes da epidemia, a capacidade global de transporte marítimo já era maior que o volume. O Wall Street Journal citou a Braemar, uma consultoria de energia e transporte marítimo, dizendo que uma série de novos navios serão lançados nos próximos dois anos e que a taxa líquida de crescimento da frota deve ultrapassar 9% no próximo ano e em 2024, enquanto a taxa de crescimento anual do volume de frete de contêineres se tornará negativa em 2023, o que agravará ainda mais o desequilíbrio entre a capacidade global e o volume.
Conclusão
A essência da fraca demanda do mercado de transporte é a redução da demanda comercial. Usar a estratégia de redução de preços não trará nenhuma nova demanda, mas levará a uma competição acirrada e perturbará a ordem do mercado marítimo.
Mas guerras de preços não são uma solução sustentável em nenhum momento. Políticas de variação de preços e políticas de conformidade de mercado não podem ajudar as empresas a sustentar seu desenvolvimento e a conquistar uma posição permanente no mercado; a única maneira fundamental de perdurar no mercado é encontrar maneiras de manter e melhorar os níveis de serviço e aprimorar suas capacidades comerciais.
Data de publicação: 22 de setembro de 2022
